Li num blogue, ainda há uns dias, a seguinte pérola:
"QUANTO VALE UM PAR DE CORNOS EM PORTUGAL?"
Quero dizer, é possível quantificar o preço de um par de cornos? Se sim, quanto valerá? 1000 euros? 10.000? Uma casa no campo? Um investimento de 3 milhões de euros da EDP para dar de mamar a um ex-ministro em Nova Iorque? Penso que nunca saberemos.
Manuel Pinho, ex-ministro das Finanças, decidiu por "espontânea vontade" (como se lhe restasse escolha) demitir-se do governo, após a falta de civismo tão típica da classe política deste país. Lembro-me que, à época, a dita classe se "solidarizou" com o ex-ministro, comportamento social típico dos grupos (as prostitutas têm o seu código, os ladrões também, e os políticos, como qualquer outro grupo, têm inevitavelmente o seu), não fosse toda a situação uma tremenda injustiça.
Passado pouco mais de um ano, Manuel Pinho sofre agora as consequências do dito acto: foi remetido para Nova Iorque, sem dó nem piedade, pela EDP. Sem dó nem piedade porque, pela primeira vez na vida, parece que Manuel Pinho começou a trabalhar (ou qualquer coisa assim...). E a trabalhar a sério! O ex-ministro é, presentemente, docente do mestrado de Energias Renováveis na Universidade de Columbia, e consta que dá aulas uma vez por semana! E se eu pensava que a justiça já tinha sido feita, para meu gáudio tresloucado e incontrolável descobri que, afinal, não fica por aqui: o ex-ministro, para além da draconiana tarefa de dar uma aula uma vez por semana, ainda tem que dar essa aula SEGUIDA (!!!), que contabiliza 4 horas semanais de aulas (!!!). Consta ainda que o ex-ministro tem que se levantar às 5.30 da manhã para poder coordenar toda esta loucura inumana. Esta é para os pessimistas que dizem que a justiça em Portugal não funciona! Obviamente, e porque sempre fomos conhecidos no mundo pela nossa humanidade, a EDP pagou um escritório num 8º andar ao ex-ministro, com uma vista soberba sobre Manhattan, certamente para que ele possa repousar e relaxar depois de 4 esgotantes horas de trabalho semanal. Manuel Pinho, que não revelou à revista Sábado o seu vencimento (que faz todo o sentido, pois deve ser miseravelmente baixo, já que foi votado ao exílio), aproveita os escassos tempos livres da forma que pode: compra garrafas de excelente vinho abaixo da casa dos 20 dólares, passeia pelos restaurantes de luxo Nova-Iorquinos onde lá come uma ou outra sobremesa, tira fotos com Michael Phelps, Michael Schumacher e outras individualidades e outras poucas mais frugalidades da vida de um ex-ministro ...
Com que então, pensaste que sairias impune dos teus actos, não? Pois é, Manuel, que te sirva de lição!

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