segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O que Cavaco diz à Nação

Ora, para quem anda pouco atento, o nosso querido líder tem feito umas quantas aparições mais e menos fugazes na televisão nestes dias, e há até quem lhes tenha chamado debates presidenciais, ou coisa assim. O debate contra o oponente Fernando Nobre foi tão elucidativo que automaticamente me remeteu para um sketch de uma pandilha inglesa, de seu nome Big Train, e que é o que se segue:


Basicamente, é isto que Cavaco responde quando o assunto é incómodo, ou quando não sabe o que dizer, ou quando o efeito bolo-rei cavaquista se instala. Já pensou cobrar direitos de autor a esta trupe inglesa, sr. Presidente?!? Se é que já não o fez...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TGV em Portugal e Buracos-Negros Super Maciços




Ouvi há pouco nas notícias que o TGV fará parte do orçamento de estado para 2011. Isto merece uma celebração:


Yay!

Fiquei eufórico com a notícia, pois se havia algo que nos fazia falta como pão para a boca era o TGV em Portugal. Senão, vejamos:

- poderemos fazer o percurso Faro - Bragança, em linha recta, em 1h15m;
- poderemos fazer o percurso Lisboa-Faro em menos 15 minutos;
- poderemos fazer o percurso Lisboa-Porto em menos 30 minutos;
- e Espanha, terra tão distante, ficará a menos 1 hora de distância.

E TUDO GRAÇAS A ESTA MARAVILHA IMPRESCINDÍVEL PARA PORTUGAL!!!

Os custos desta empreitada são modestos: 7,7 mil milhões de euros. Esta quantia daria para o seguinte:

- inchar o PIB nacional umas poucas de vezes desenvolvendo a exportação através da criação de PRODUTOS PORTUGUESES;  


- criar incentivos à produção através de microcréditos a pequenos e médios empresários;



- criar incentivos agrícolas e piscatórios e dar formação profissional a possíveis interessados, já que o actual presidente da República acha que o futuro estána exploração estes dois campos;



- criar postos de trabalho EM PORTUGAL ao invés de deixar mentes brilhantes emigrarem para Espanha e outros países, investindo na Ciência, Educação, Indústria e Serviços. Esta empreitada criará 38.000 postos de trabalho, onde toda e qualquer empresa "Estado friendly"(Engil, EDP, etc...) meterá as patas gananciosas porque o dono (o Governo) assim deixa, e o baile de favores e corrupção e interesses monetários não acaba. Mas pergunto: criará 38000 postos de trabalho durante quanto tempo?;



-  aumentar os subsídios sociais REALMENTE IMPORTANTES, como os de aleitamento, reforma, incapacidade motora, ...;



- e, por fim, criar ORGULHO em ser Português, levantar cabeças e fazer-nos crer, uma vez mais,que há quem realmente se importe com Portugal e não com o vencimento régio de um político ao fim do mês. Que já não se verifica desde D. Afonso Henriques, convenhamos.




Assim, basta ejectar um primeiro-ministro mais mimado e puto reguila que um miúdo de 8 anos, que é ceguinho ao ponto de não ver que o que realmente nos faz falta é seriedade política, e não um comboio de alta velocidade que, a seu tempo, descarrilará como tantos outros comboios anteriores. Mas também não poderíamos esperar muito mais de um indivíduo indiciado várias vezes por corrupção, favorecimentos ilícitos e escândalos financeiros. Obter um diploma ao Domingo parece dar nisto.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Empresas de Trabalho Temprecário: A praga


Trabalho temporário, ETT, Select, Adecco, Kelly Services, Vertente Humana, Randstad, Atlanco, Multipessoal, Multitempo, ISS, Talenter, Tempoteam, Blanes, New Boston Select, ... por um motivo ou outro, já ouvimos todos falar destes nomes em Portugal, uns porque não encontram trabalho sem ser através de uma destas empresas, e outros por já terem ouvido falar dos constantes atropelos legais, éticos e (porque não?) morais que qualquer uma destas empresas e muitas outras de nome menor cometem com os trabalhadores. Acima de tudo, a terceirização do trabalho é um cancro que permite ao trabalhador ganhar 500 euros por mês e, à empresa de trabalho temporário,  PELO MENOS metade desse valor (estou a falar em termos abstractos e não concretos, logo os valores servem apenas para dar uma ideia). A ETT arranja um posto de trabalho, o trabalhador produz e, basicamente, ganham ambos. A pequena diferença, porém, entre os dois, é que o trabalhador TRABALHA, ao passo que a ETT...
 Vejamos uma breve história das empresas de trabalho temporário, sua origem no estrangeiro e infância em Portugal:

Ao contrário de uma ideia muito divulgada de Empresa de Trabalho Temporário (ETT) ou das suas antecessoras directas, parece não ter tido origem nos EUA mas sim em Inglaterra onde, de acordo com alguns estudos, se descobrem desde 1700 serviços especializados no destacamento de pessoal para os sectores domésticos e de hotelaria, fosse para a substituição dos ausentes, fosse para reforço dos efectivos.
Em 1948 surge nos EUA a empresa Manpower que, através da implantação multinacional, alarga as suas operações a áreas tradicionalmente alheias a este tipo de contratação, como o sector industrial.
O trabalho temporário surge em Portugal com a guerra colonial que impôs a necessidade de mobilização de mão-de-obra feminina para substituição da masculina mobilizada. Foi assim que, através da instalação de uma empresa, a Manpower se impôs sob a forma de um contrato de franchising, legalizado e autorizado em 1962.
Em 1974 surgiram em Portugal mais quatro empresas de trabalho temporário. De 1975 a 79 a Manpower volta a estar sozinha no mercado.

Verificamos, assim, que o mal não apareceu apenas há alguns anos atrás. Criadas no Reino Unido mas massivamente desenvolvidas nos Estados Unidos da América, as empresas de trabalho temporário dão hoje emprego a 8,2% da população trabalhadora portuguesa, e o seu volume de negócios ultrapassa os 750 milhões (!) de euros anuais. E estamos a falar APENAS em Portugal.


Ponto 1: Ora, se uma empresa de trabalho temporário disponibiliza postos de trabalho, não trabalha e ainda assim lucra com isso, de onde vem o dinheiro? Simples: da empresa que contratou a ETT. É um esquema triangular: empresa A contrata empresa B, que por sua vez convida C a trabalhar para com A e B. A paga x a B, e B paga y a C. Com menos fórmulas, digamos que a PT (que até é um excelente exemplo no que toca à criação de precariedade laboral) contrata, por exemplo, a Vertente Humana. A PT precisa de 1 trabalhador para um call-center qualquer, e oferece à Vertente Humana 800 euros mensais para que a mesma encontre um trabalhador para as funções pretendidas, e desses 800 euros, a Vertente Humana terá que pagar ao trabalhador e ficar com a sua margem de lucro. Assim, a Vertente Humana pagará 450 euros A QUEM REALMENTE TRABALHA e ficará com os 350 restantes. Assim, a ETT gera dinheiro sem trabalhar um dia que seja no call center, por assim dizer.


Ponto 2: Porque é que a PT contrata uma ETT para contratar o dito trabalhador? Simples: assim descarta-se de obrigações legais inerentes ao mesmo, que a médio prazo custam muito mais que pagando à ETT para se responsabilizar por isso. Ademais, o trabalhador nunca será funcionário da PT, mas sim da ETT, visto que celebra o contrato de trabalho com esta. Logo, fica sujeito a mais "obrigações" e a situações que roçam o ridículo e o vergonhoso, que serão expostas no ponto 3.


Ponto 3: Porque é que a coligação PT/ETT é nociva para o trabalhador? Por onde hei-de começar? Bom, em primeiro lugar, na rotatibilidade. Existe um termo chamado "dumping laboral" ("dumping", traduzido à letra para o português, significa "descarga", num sentido pejorativo, como se estivéssemos a descarregar objectos ou gado numa lixeira.) Pesquisando a tradução do Inglês para o Português, o que encontrei foi esclarecedor:


dump {s.}
entulho {m.}




dump {s.}
lixeira {f.}



to dump {v.}
desfazer-se {v.refl.}



to dump {v.} (também: to clean up, to throw away, to bin, to chuck away)



dump {s.}



to dump {v.} [negoc.]
encher o mercado com artigos baratos {v.}


O dumping laboral é uma prática comum e simples na UE: oferecem-se condições precárias, com um salário ridículo a um trabalhador e espera-se que este morda o isco, criando assim riqueza... à custa de quem vocês sabem. Assim, é nocivo pelo seguinte exemplo: a PT oferece 1,12 euros por hora de remuneração a um formando (ou seja, quando este está numa acção de formação), e só lhe será remunerado este valor caso o o formando conclua a formação e só ao fim de 1 mês de trabalho. Logo, se o formando começar uma formação de duas semanas da PT a 1 de Janeiro, só no final de FEVEREIRO é que receberá os ditos 1,12 euros horários. Já nem digo que o oferecido é vergonhosamente baixo, havendo melhores formas de triagem para saber quem é que está realmente interessado em trabalhar com a PT, mas é uma das formas de dumping. Outra forma de dumping: oferecer um salário base mínimo por lei, e para fazer "crescer" o ordenado, apresentam "bonus de performance", que serão pagos consoante a assiduidade, pontualidade e desempenho no trabalho. Imaginemos que este bonus é de 100 euros. Se por acaso o trabalhador chega atrasado 2 vezes no mesmo mês, perde 33% do mesmo, se faltar algum dia (mesmo que justificado por justificação médica), perde 50% do mesmo, e se faltar duas vezes no mesmo mês, perde-o por completo. Já a performance é uma das minhas preferidas: caso o funcionário não faça x vendas, x contactos e obtiver uma média consoante os resultados esperados, pode perder na íntegra o dito bonus. Outra forma de dumping: contratos renovados mensalmente ou, pior, quinzenalmente. Acontece que a PT não quer ter o encargo de oferecer um contrato de trabalho ao trabalhador, porque depois tem obrigações a cumprir, e quando o lucro é rei e senhor, as obrigações são inconvenientes. Assim, a ETT cria um contrato de trabalho renovável de x em x tempo de forma a que o trabalhador nunca conheça a palavra "estabilidade", ou "irrotatibilidade", ou "quadros" até. mas pior que o dumping social será, sem dúvida alguma, as mentiras, omissões e enganos que estas ETT's praticam, desde a fuga ao fisco (e todas o fazem, sem excepção), as promessas de "real desenvolvimento de carreira", de trabalhar na "equipa mais divertida de Lisboa", de "comerciais com fibra", de "pagamentos acima da média", etc... Um trabalhador não quer uma equipa divertida, mas sim um trabalho onde possa desenvolver uma carreira e demonstrar o que vale, ao mesmo tempo que aufere um ordenado justo e equilibrado para os tempos que correm, sem que venha um ladrão oferecer um chouriço e exigir posteriormente um porco. A única fibra que um trabalhador precisa é a de enfrentar as exigências do seu trabalho diariamente, e não a de um slogan irresistivelmente fácil mas bacoco. E, por fim, o real desenvolvimento de uma carreira ocorre quando a empresa que contrata o empregado lhe fornece condições para que ele possa demonstrar o que realmente vale, e não é isso que acontece com as ETT's do mercado. É melhor não falar nos recibos verdes, verdadeiros ou falsos, senão não saíamos daqui.
 Assim, o trabalho acaba sempre por ser realizado por algum desgraçado que tem por culpa precisar de sustentar a casa e de se alimentar, ao mesmo tempo que alimenta parasitas como a ETT e empresa que a contrata.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Descubra as diferenças

Vou começar a inserir passatempos aqui no blogue para que os leitores não morram de tédio. Ora aqui está o primeiro: descubra as diferenças entre as fotos.



















quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Portugal em estado de sítio? RIDÍCULO!!!

"Desemprego atinge os 20% dos jovens com menos de 25 anos" (in I)

Atinge?!? Mas... então...  isso inclui algum jovem trabalhador que milite numa qualquer J deste país, seja de direita ou de esquerda, ou estou a misturar alhos com bogalhos?


"Há 581 mil pessoas sem trabalho" (in I)

Nenhuma delas associada a qualquer partido político cá do burgo, certamente.


"Apoios sociais no mínimo" (in I)

Mais uma mentira demagogista!!! Há deputados a receber, DIARIAMENTE, mais de 60 euros de subsídio de almoço e... hã? Ah, esses são de representação por se ter um cargo político? Nesse caso, peço desculpa pela minha confusão. É que como conheço casos de casais com um filho que recebem 41 euros de subsídio POR MÊS, pensei que tinha alguma coisa a haver com a outra.

"Mercados ignoram orçamento e juros da dívida voltam a disparar" (in I)

Ora isto é injusto! Quero dizer: então os dois principais partidos políticos resolveram a questão de forma tão elegante e sem transparecer rivalidades infantis e insultuosas para o povo e para os mercados estrangeiros e mesmo assim o orçamento é ignorado?!? Lamentável, e é a prova de má fé da parte de outros países de que precisávamos! 


"O PSD só se abstém porque é não é o momento oportuno no seu calendário político para suceder ao governo." (Teixeira dos Santos)

Er... mas isso quer dizer que o governo PS vai ser sucedido pelo governo PSD, sr. Ministro? Por favor, e para bem do meu colesterol, não seja pessimista! Pode ser que, caso o povo português seja alvo de experiências secretas governamentais com LSD, venha a votar num partido qualquer que não o PS, o PSD ou (God forbid!) o CDS-PP. 


"Jantar da ANACOM organizado por uma "girl" do mandato de Santana Lopes custou 150 mil euros" (Teixeira dos Santos) 

Sr. Ministro, sr. Ministro, sr. Ministro... é feio apontar o dedo aos boys & girls do PSD, mais que não seja por decoro. Eu sei, eu sei, o PSD é o único partido político português que tem boys & girls, eu bem sei! Mas não se fazem as coisas assim, sr. Ministro! Já pensou se, algum dia, o PS vier a ter o primeiro boy ou girl da sua história (Santíssimo sacramento, anjo bento!)? Eu sei que o PS é impermeável a boys, girls, queers e afins, mas nunca se sabe o dia de amanhã...  


"Banca prevê pagar menos 86 milhões de euros em impostos até Setembro" (in I)

Finalmente: JUSTIÇA!!! Então os banqueiros indigentes deste país só tiveram lucaros acima dos 1000 milhões de euros e ainda queriam penalizá-los com uma subida de impostos?!? Nada disso! Como ganharam pouco, descontam pouco também! É bom viver num estado dito "social"!


 "BCP absolvido no caso dos pequenos accionistas" (in I)

Cambada de gatunos, esses pequenos accionistas, sempre à espera que a presa se distraia para atacar impiedosamente! Então perderam as poupanças de uma vida inteira e confiaram o seu dinheiro a um nobre e benemérito banqueiro de seu nome Jardim Gonçalves (pelo menos para o filho dele foi benemérito, e em 15 milhões de razões!), e depois mordem a mão que alimenta?!? Falta de valores morais e éticos, esta populaça portuguesa!


Isto foi só uma vista de olhos nos jornais de hoje, e não um acumular de escândalos, nada disso! Assim, ocorre-me a palavra:

"Socorro?!"

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Bichos


Crê-se e diz-se que o grau de civilização de um país é directamente proporcional à forma como trata os seus animais. Bem pequeno (e até já adulto) elegi como livro o "Bichos", do saudoso e místico Miguel Torga. Li-o com 8 anos, e foi uma agressão tão grande ou tão pequena à época que, ainda hoje, me recordo de excertos e passagens do conto. Esta obra prima de Torga retrata a vida e a morte de um número de animais, sempre em luta contra o homem ou contra Deus, criando assim um paralelo com os humanos e com as suas questões acerca da vida e da morte. Tudo isto para dizer que considero um animal uma criatura tão ou mais nobre que muito boa gente que por vezes sou forçado a conhecer.
 Ora Portugal, como qualquer outro país onde prolifere o bandalho e a bandalheira, ainda é o atraso de vida que conhecemos em relação aos fiéis companheiros (nomeemos apenas o cão e o gato por motivos óbvios), não sendo, por vezes, muito mais do que um adereço, uma coisa gira, fashion e denunciadora de estatuto social. Não só falo no bimbalhão que sai com o "Rex"/"Átila"/"Nero" (são os nomes mais comuns) à rua, para ver e ser visto, como falo do azeiteiro que, em pleno nenhures numa estrada semi-abandonada do Alentejo, pára o carro, enxota o Snoopy ou o Tareco e arranca para o Algarve à cata de bifas, bifanas e couratos. Queiramos ou não, é assim que as coisas correm em Portugal. Apoios políticos ou da parte das autoridades, viste-os, pois é certo que não é um assunto popular (ainda se eles votassem...) e muito menos trará uma promoção (além disso, se o gato arranha a farda do "sôr agente", este é que tem que a pagar...). Quero dizer... poderia trazer uma promoção interna (interna como que dizendo interiormente, no peito de cada pessoa), mas parece-me que em termos profissionais e mesmo sociais em nada contribui ajudar um animal. Deixem-me expôr o meu caso pessoal: eu NÃO POSSO ter um ou mais animais por não ter uma casa minha, e porque já tive que entregar uma vez dois gatos aos cuidados de um canil, jurei que nunca mais teria um animal se não o pudesse manter. REPAREM: ENTREGUEI-OS AO CUIDADO DE UM CANIL, NÃO OS ENXOTEI! Assim, tomei conhecimento em particular de uma associação puramente devotada ao auxílio dos animais abandonados e por conseguinte em risco, sabendo eu que os vários responsáveis por esta iniciativa gastam quantias consideráveis do seu próprio dinheiro para "aguentar o forte", à espera de melhores dias. Tive a indicação que ultimamente mais e mais pessoas começaram a contribuir para com esta associação de que falo (e cujo logótipo e informações publico abaixo), o que é louvável e que demonstra alguma consciência cívica da nossa parte.




Esta associação aceita de bom grado rações animais, mantas, cobertores, camas, casotas e anti-parasitários. Também aceita dinheiro, e embora vá contra a minha natureza e princípios incentivar seja quem for a dar dinheiro por uma causa (graças aos esquemas que proliferam neste país), sei que posso meter a mão no fogo por esta associação.
 O porquê desta minha acção é simples: acho que é errado comprar animais para andar a mostrar aos amigos e às miúdas, ainda mais quando existem dezenas de milhares de bichanos por este país fora, em canis, à espera que um dono os vá buscar. Lembro-me da história de Mozart que, caído em desgraça, foi acompanhado no seu enterro apenas por um único amigo: o seu cão Pimperl. Se eles não nos deixam para trás nem quando morremos, porque haveremos nós de os deixar enquanto vivos? Espero em Novembro poder vir a ser um orgulhoso dono de um dos imensos gatos que este projecto alberga. Até lá, espalho a mensagem.

Da Rússia, com amor



Ora uns poucos dias antes do discurso do nosso "querido líder", o jornal russo Pravda teve o cuidado de fazer uma análise à situação política e sócio-económica de Portugal, e é sempre interessante ver o que os outros países dizem acerca de nós, certo? Pois... desde este artigo, que passo a comentar, já perdi a noção do que está certo e errado:

"Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal pelo Governo liberal de José Sócrates, um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria. E não é por eles serem portugueses. Vá ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores sócio-económicos, e você vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, o povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, o Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão....e à Austrália.
 Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio na classe política elitista Portuguesa no Partido Social Democrata e Partido Socialista, camorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.
O objectivo? Para reduzir o défice. Por quê?
Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE? Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da América (onde haveria de ser?) virtual e fisicamente controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.
Com amigos como estes organismos, e com Bruxelas, quem precisa de inimigos?
Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha depois que suas tropas invadiram seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para sua indústria.
 E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos por motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores" (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de qual país eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.
Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata, direita) e PS (Socialista, de centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir) e sua indústria (desapareceu) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas), a troco de quê?
O que é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?
Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que estavam escorrendo biliões através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele é considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fosse um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.
A sua "política de betão" foi bem concebida, mas como sempre, mal planeada, o resultado de uma inepta, descoordenada e, às vezes inexistente localização no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e seu povo.
Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.
O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam.
Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghini. Maserati. Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha.
Foram remodeladas casas particulares. O Governo e Aníbal Cavaco Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a participarem.
Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político. E é ele um dos melhores!
Depois de Aníbal veio o bem-intencionado e humanitário António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo diplomata excelente, mas abominável primeiro-ministro Durão Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando") que criou mais problemas com seu discurso do que ele resolveu, passou a batata quente para Pedro Santana Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha. Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado por interesses instalados.
Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projectos de educação).
E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra-producentes. O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os resultados:


Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%) .
Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%)

Concordo com o sacrifício (1%) 

Quanto ao aumento dos impostos, a reacção imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado de intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.
Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar.
É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de ratings que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.
Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno para o PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado das suas ideias e propostas.
Só em Portugal a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos. Esses traidores estão levando cada vez mais portugueses a questionarem se deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.
Que convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude". Certo, bem longe de Portugal, como todos os que possam, estão fazendo. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora.
Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico, e uma classe política abominável."

in Pravda.Ru
artigo de Timothy Bancroft-Hinchey


Ora! Quase que jurava que o jornalista que assinou este esclarecedor artigo é português, pela precisão histórica e pelos conhecimentos que tem da cáfila de São Bento e de Belém. Repararam na percentagem de jornalistas russos que disse concordar com o sacríficio? 1%, que em 100 pessoas dará... er... vezes o PIB... é so fazer as contas...
 Assim, meus amores, já sabem, uma vez mais, em quem não votar nas próximas eleições. Sem qualquer afiliação política, mas devoto da verdade e da lucidez, sugiro o Bloco de Esquerda, pois de todos os partidos e suas propostas, ainda é o que se porta menos mal (sim, que o Bloco tem propostas mirabolantes e ridículas, mas tenho que dar o braço a torcer no que toca à genialidade do não menos genial economista que é o Louçã). Ou então podem sempre virar a cara para o lado, e ir ver o jogo que está a dar na RTP1 ou a novela na SIC, e rezar para que os desgraçados dos vossos filhos não tenham que trabalhar a troco de comida para continuar a engordar patrões. Citando Eça: "Quantos pobres são necessários para criar um rico?"

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ameixas e Cavacos

Cavaco Silva, assim como anunciado, dirigiu-se ontem à nação, após as 20 horas. As minhas expectativas não eram altas, nem sequer medianas, aliás, quanto mais altas!, mas investi a devida atenção visto que, geralmente, o presidente dá-nos um ponto da situação do país, e como raramente ele se dirige a nós, povo...
 Assim, fiquei descansadíssimo e profundamente aliviado quando o discurso de Cavaco Silva me sugeriu que o país não está a atravessar nenhum problema ou crise alguma. Longe disso! É só vilanagem negativista, este povo português! Pois se o sr. Presidente da República passou o discurso inteiro a falar DELE e do bem que fez ao país, certamente o país não está à beira de um colapso, como tantos teimam em afirmar. As palavras mais utilizadas no discurso de Cavaco Silva (depois de cortadas as redundantes, por ex: república, presidente, Portugal, etc...) foram, sem dúvida alguma, "futuro" e "problemas". Ora...!!! Eu quase que jurava a pés juntos que as duas palavras são tão concordantes que deveriam ser aglutinadas numa só, tipo futuremas. Mas, para aligeirar a coisa, o nosso "querido líder" preferiu colocar batom e rímel e parecer um borracho transvestido, com afirmações como "Se eu não tivesse alertado para as situações, como estaríamos agora?" Ou seja, graças a Cavaco Silva, o país não está à beira do colapso financeiro e social, e fiquei tão excitado que tive que celebrar logo após, dirigindo-me ao W.C. mais próximo.
 Cavaco Silva realçou ainda que o futuro de Portugal é o mar e a agricultura (isto cheira-me a um outro tipo qualquer que nos anos 30 subiu ao topo da Presidência do Conselho, mas deve ser ilusão minha), e, neste ponto, quase me veio uma lágrima ao canto do olho, pois nunca estive em tamanha sintonia mental com o nosso querido líder. Qual indústria, qual tecnologia, qual educação, qual aposta nos pequenos e médios empresários, qual saúde e qual turismo, homem...!!! PESCA E TERRA, MAIS NADA! Doravante, será possível levantar a sua caninha + minhocas ou a sua enchada no... Centro de Emprego do costume. E é este o paraíso futuro em que Cavaco Silva aposta. pergunto: futuro DE QUEM, sr. Presidente? É que os portugueses que procuram um futuro estão neste momento em Espanha, Inglaterra, na Irlanda e na Austrália, por exemplo. O mar ainda achei como o outro, na pior das hipóteses podemos sempre atirar-nos a ele e dizer que nos empurraram, agora a agricultura... ora vejamos, sr. Presidente: acha que o nosso futuro passa por aqui?


 
Talvez tenha sido este o "rémedio do PSD" que Pedro Passos Coelho afirmou que Portugal precisava. O que me leva a crer que há doenças menos agressivas que as próprias curas.
 E agora algo completamente diferente: espera mesmo que reelejamos um Presidente mudo em relação ao Acordo Ortográfico, à corrupção e mentira associadas ao nosso Primeiro Ministro e, mais grave ainda, quando tem tristes reacções como as de baixo?












A memória só é curta para quem quer. Depois disto, dedique-se à pesca. Ou à agricultura...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cornuto

Li num blogue, ainda há uns dias, a seguinte pérola:




"QUANTO VALE UM PAR DE CORNOS EM PORTUGAL?"


Quero dizer, é possível quantificar o preço de um par de cornos? Se sim, quanto valerá? 1000 euros? 10.000? Uma casa no campo? Um investimento de 3 milhões de euros da EDP para dar de mamar a um ex-ministro em Nova Iorque? Penso que nunca saberemos.
 Manuel Pinho, ex-ministro das Finanças, decidiu por "espontânea vontade" (como se lhe restasse escolha) demitir-se do governo, após a falta de civismo tão típica da classe política deste país. Lembro-me que, à época, a dita classe se "solidarizou" com o ex-ministro, comportamento social típico dos grupos (as prostitutas têm o seu código, os ladrões também, e os políticos, como qualquer outro grupo, têm inevitavelmente o seu), não fosse toda a situação uma tremenda injustiça.
 Passado pouco mais de um ano, Manuel Pinho sofre agora as consequências do dito acto: foi remetido para Nova Iorque, sem dó nem piedade, pela EDP. Sem dó nem piedade porque, pela primeira vez na vida, parece que Manuel Pinho começou a trabalhar (ou qualquer coisa assim...). E a trabalhar a sério! O ex-ministro é, presentemente, docente do mestrado de Energias Renováveis na Universidade de Columbia, e consta que dá aulas uma vez por semana! E se eu pensava que a justiça já tinha sido feita, para meu gáudio tresloucado e incontrolável descobri que, afinal, não fica por aqui: o ex-ministro, para além da draconiana tarefa de dar uma aula uma vez por semana, ainda tem que dar essa aula SEGUIDA (!!!), que contabiliza 4 horas semanais de aulas (!!!). Consta ainda que o ex-ministro tem que se levantar às 5.30 da manhã para poder coordenar toda esta loucura inumana. Esta é para os pessimistas que dizem que a justiça em Portugal não funciona! Obviamente, e porque sempre fomos conhecidos no mundo pela nossa humanidade, a EDP pagou um escritório num 8º andar ao ex-ministro, com uma vista soberba sobre Manhattan, certamente para que ele possa repousar e relaxar depois de 4 esgotantes horas de trabalho semanal. Manuel Pinho, que não revelou à revista Sábado o seu vencimento (que faz todo o sentido, pois deve ser miseravelmente  baixo, já que foi votado ao exílio), aproveita os escassos tempos livres da forma que pode: compra garrafas de excelente vinho abaixo da casa dos 20 dólares, passeia pelos restaurantes de luxo Nova-Iorquinos onde lá come uma ou outra sobremesa, tira fotos com Michael Phelps, Michael Schumacher e outras individualidades e outras poucas mais frugalidades da vida de um ex-ministro ...
 Com que então, pensaste que sairias impune dos teus actos, não? Pois é, Manuel, que te sirva de lição!

Prólogo

Audácia, audácia, audácia... Georges Jacques Danton foi apenas o mais brilhante e fervoroso revolucionário do seu tempo (26 de outubro de 1759, Arcis-sur-Aube - 5 de abril de 1794, Paris), e há quem diga que, desde então, não existe outro nome digno de nota que o suceda.
 A audácia é uma arte. Sem ela, o Homem torna-se pálido, menor e desprovido da característica humana fundamental atribuída à nascença: a liberdade. "Audaces Fortuna Juvat", "A sorte protege os audazes". Cliché ou não, não creio em sorte, fortuna ou coincidência, e já na audácia... ; a "audácia", da qual não me cansa escrever, refere-se a uma miríade de situações que nós, enquanto povo Português, desprezamos e não exercemos a troco de um comodismo suave, de um "deixa andar" ilúcido e ébrio, criando assim as condições perfeitas para a proliferação do facilitismo, originando assim a falta de facilidade, piorando, então, a nossa qualidade de vida enquanto cidadãos, eleitores, utentes, clientes, consumidores e, em última análise, homens livres. Poderá parecer ridículo, visto que são direitos adquiridos, mas vou descrever as situações mais comuns em que nós, acima descritos, não exercemos por falta de audácia:

  • pedir um livro de reclamações;
  • fazer queixa de um agente da autoridade;
  • sugerir procedimentos de forma a melhorar um serviço;
  • processar algo ou alguém judicialmente, porque nos prejudicou;
  • recusar obedecer a uma ordem ilícita.

Centremo-nos no comodismo:

  • Para que hei-de eu pedir o livro de reclamações, se assim perderei o início do futebol na televisão?
  • Fazer queixa de um polícia? Hm... isso pode trazer-me dissabores!
  • Olha agora, sugerir procedimentos... as coisas nunca mudam!!!
  • Processar, em Portugal? E esperar anos para ganhar 100 e perder 1000?
  • Se eu recusar uma ordem ilícita, posso ser preso, ou assim...

Quero dizer... onde é que a grande parte da população adulta, em Portugal, tem a cabeça?!? Enterrada na areia ou, pior, num sítio menos cómodo ainda? Se nos metem a mão no bolso, ladramos que nem um pitbull raivoso, rugimos que nem ursos pardos, mas... retaliamos? Abençoados os caniches que não ladram, mas que a determinada altura ferram o dente sem anunciar. Isso, meus caros, é nobreza de espírito! Audácia!
 Longe de mim querer parecer um puto rebelde, um militante do Bloco de Esquerda ou de qualquer outra associação política. A minha política é o meu irmão: você, ele, o outro, e todos os que não se calam perante um país antes tão nobre e hoje em dia tão pobre. Não sou nacionalista, mas gosto de conservar o país que me embebeu de espírito e cultura. Não sou racista, chupista, fascista, imperialista... e muito menos serei autista! Sou você, sou ele, sou os outros. A diferença é que falo, e não me calo. Não enquanto o país estiver entregue aos bandalhos, aos bastardos, aos corruptos, aos desonestos (física e moralmente). 
 A culpa, e nem precisamos de pensar muito, é nossa. Nós os elegemos, nós levamos com eles, até aí faz sentido. Não faz sentido é votar "no meu PS/PSD/CDS/BE/PCP", como se disséssemos "no meu Benfica/Porto/Sporting". Volta a pergunta: ONDE É QUE ESTA GENTE ANDA COM A CABEÇA?!? Depois, mais vale lutar mesmo sabendo que as coisas poderão nunca mudar, pois o que interessa é mover-mo-nos! Se toda a gente pensar que nada se resolve, então realmente nada se resolverá! Logo, e por esse princípio, se nos movermos todos, o que acontecerá? Mudança, certamente. Parece que o o 25 de Abril de 1974 foi há 500 anos, pois ninguém parece recordar-se que um punhado de tão poucos homens fez algo proveitoso para 10 milhões de habitantes. Quero dizer... não foram 50.000, nem 500.000 nem 5.000.000 de militares, mas seguramente menos de 200. Se 200 pessoas, que se uniram num esforço comum, conseguiram derrotar um cancro com 50 anos, o que conseguirão então, digamos, 200.000 portugueses??? Não falo em milhões, mas sim em mil vezes mais pessoas que os militares de Abril. Se 200 conseguem, o que é que está a faltar, ainda mais quando não vivemos num jugo ditatorial? Falta a vontade. Falta a nobreza. Falta a audácia. Falta a insurgência.
 Não pretendo, com este blogue, criar confusão ou violência, física ou psicológica, mas sim esclarecer, convidando cada vez mais desiludidos que, como eu, não conseguem tolerar mais a situação de Portugal. Falarei e exporei a verdade acerca da nossa classe política, do establishment, da desonra que assola a nossa classe política... enfim, do que é errado.
 A figura de Guy Fawkes, hoje em dia muito associada ao filme "V for Vendetta", é um óptimo "alias" que usarei enquanto à frente deste blogue, não por covardia ou subreptícia, mas sim por considerar que uma causa não necessita de caras, antes de acções. Todos os posts poderão e deverão ser comentados sempre que se queira expressar uma opinião, um desabafo, um sarcasmo, uma boca, o que entenderem melhor, desde que dentro dos parâmetros do post. O blogue é NOSSO, e é o que pretendo transmitir a quem vier por bem. Não me lembro de mais nada, a não ser "Bem-Vindos".

Insurrecto