domingo, 5 de junho de 2011

Admirável mundo novo



 Admirável Mundo Novo (Brave New World, na versão original em Inglês) é um livro escrito por  Aldous Huxley e publicado em 1932, que narra um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viver em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. A sociedade desse futuro criado por Huxley não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade actual. Qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos é dissipada com o consumo de uma droga sem efeitos colaterais aparentes, chamada "soma". As crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida. O conceito de família também não existe. Assim, o leitor é convidado a entrar num futuro bem próximo, sombrio, desmotivador e repleto de animosidade e indiferença.


É fácil constatar que, nos dias que correm, a obra máxima de Huxley cada vez mais se aproxima do profético: hoje já existem pessoas pré-condicionadas biologicamente, que são forçadas a viver em harmonia com as leis... mas, e se olharmos para Portugal, confirmamos que a obra só poderia ser visionária, pois não possuímos valores morais que rejam a sociedade actual, não existe o conceito de "regra social", consomem-se programas como "Perdidos na Tribo" e futebol e fait-divers e afins como se drogas fossem para anestesiar  e, cumulativamente, não existe sentido de "família". E, quando digo "família", refiro-me AOS PORTUGUESES, cada um irmão do outro. Sombrio, desmotivador, repleto de animosidade e indiferença... acima de tudo indiferença, senão vejamos:

Bateram-se recordes históricos de abstenção no dia de hoje, Domingo, 5 de Junho. 41,1%. Quero dizer... estamos quase a falar de metade da população portuguesa em território nacional. Curiosamente, não houve transmissão de nenhum Benfica-Porto, nenhum Benfica-Sporting e nem outro jogo qualquer que costuma chamar as massas, qual raio de hipnose barato e amador. Também sei que não se tratou de "Perdidos na tribo", visto que "isso" só é transmitido à noite. Ora!!! Era capaz de jurar que as pessoas não foram votar por... desinteresse! Mas depressa afastei a ideia, não há povo nenhum civilizado o suficiente que se furte ao imperativo acto que é votar, claro que n... nisto, lembrei-me que estava a falar dos portugueses, e aí fiquei sem argumentos.

Muito rapidamente, que ler é tão ou mais aborrecido que ir votar (Como se ler fizesse alguma diferença, tal como ir votar!): afinal, quem ganhou estas eleições? Ninguém, meus caros: nem PSD, nem PS, nem BE, nem PC, nem aquele outro partido que tem um sujeitinho qualquer marinheiro, nem NADA!!! Quero dizer, como podemos nomear um vencedor seja do que for quando metade das pessoas que devem votar... não o fazem? Assim, e quanto muito, fiquei a saber, desta vez, qual o partido que tem mais apoiantes, e pelos vistos o PSD lidera nesse sentido, agora não me venham dizer "os portugueses elegeram democraticamente este ou aquele partido". Assim reina a pobreza espiritual de terceira categoria em Portugal: se eu for votar, o meu voto não vai mudar nada. Assim pensaram METADE DOS PORTUGUESES! Na melhor das hipóteses, METADE DOS PORTUGUESES elegeu este ou aquele partido, mas... quem ganhou? Se quiserem, perguntem-me quem perdeu. Para essa pergunta tenho resposta.

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